Torres de telefone, data centers e redes de cabos submarinos são exemplos de infraestruturas midiáticas – sistemas sóciotécnicos situados, projetados e configurados para realizar a distribuição e tráfego de dados. As infraestruturas midiáticas podem ser encontradas em lugares específicos, mas ao mesmo tempo se espalham por vastas distâncias. Funcionam de maneira automatizada, dependem de sensores e são controladas remotamente, ainda que dependam do trabalho humano para sua manutenção, operação, instalação.
Operam transmitindo sinais na velocidade da luz a partir de suas arquiteturas altamente protegidas. São apontadas como construções tanto materiais quanto discursivas, de propriedade de entidades públicas e companhias privadas. Envolvidas em agendas políticas e econômicas, as infraestruturas midiáticas foram historicamente utilizadas para se tomar e reorganizar territórios e relações temporais, como bem coloca Brian Larkin em seu livro sobre as infraestruturas midiáticas no norte da Nigéria. Dependem de matéria-prima, muita energia e terra, o que as implica em questões de economia, planejamento urbano e uso da terra.
Referências
STAROSIELSKI, Nicole. PARKS, Lisa. Signal Traffic: Critical Studies of Media Infrastructure. Champaign, IL: University of Illinois Press. 2015
LARKIN, Brian. Signal and Noise: Media, Infrastructure and Urban Culture in Nigeria. Duke University Press. 2008.
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